Enquanto os jogadores do Al Hidd Club estão em campo, os adeptos cantam, tocam tambores, jambés e saxofones e fazem do jogo de futebol uma verdadeira festa. Mas se o resultado não agradar, não hesitam em demonstrar a insatisfação com apupos à equipa e treinadores. Bernardo Tavares está no Bahrain há poucos meses mas já sabe que o seu trabalho é avaliado todos os dias. “Existe muita pressão cultural sobre quem vem de fora. Temos de ser muito melhores do que os que cá estão e provar isso todos os dias”, explica o treinador natural de Proença-a-Nova e que desenvolveu no concelho, entre 2002 e 2013, projetos de formação de crianças.
O caminho entre Proença-a-Nova e o Bahrain não foi linear ou imediato. Pelo meio houve estágios em clubes grandes com o Real Madrid, Sporting, Benfica e FCP e atividade, como treinador, em vários clubes nacionais. Terminado o mais alto nível de curso de treinador que existe (UEFA PRO), Bernardo Tavares viu no exemplo de colegas que têm êxito nos mais diversos pontos do mundo um incentivo para tentar a sorte.
Depois de duas semanas à experiência, tem contrato por um ano com o Al Hidd Club, que tem vindo a crescer desportivamente e conseguiu na época passada a melhor classificação de sempre: o 3º lugar na Primeira Liga do Bahrain. Os resultados têm sido positivos e a equipa encontra-se em disputa direta pelo primeiro lugar. A atitude em campo merece o maior destaque de Bernardo Tavares, que em contrapartida ressalva o muito que há a melhorar em termos táticos.
A língua e o fanatismo religioso são diferenças culturais que saltam à vista e até “os horários dos jogos são definidos tendo em conta as horas das rezas”. Outra diferença está na alimentação, já que legumes, fruta e água não existem de origem e têm de ser importados. Além de família e amigos, Bernardo sente também falta do clima – o Bahrain é “muito quente e húmido” –, e da gastronomia portuguesa.
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