O mundo evoluiu muito e o convite para Bernardo Tavares treinar o Al-Hadd, do Bahrein, chegou através da Internet. Estávamos em 2013 e, depois de experiências nas formações dos três grandes, o espírito de aventura falou mais alto. “O convite veio pela Internet. Espírito de aventura, mala às costas, com uma proposta de duas semanas à experiência e depois se gostassem ficava um ano. Passado uma semana estavam a apresentar-me um contrato de dois anos. Por aqueles valores eu disse que só podia ser um ano. Depois faltava um mês para acabar o contrato e queriam renovar, estávamos a discutir verbas, e vim para Portugal passar férias mas com a oferta do Bahrein. Passados dois ou três dias de estar em Portugal surgiu o convite do Tirsense para assumir o clube.”
Bernardo Tavares fala do Bahrein como uma aventura em que aprendeu muito, nomeadamente a conjugar na mesma equipa sunitas e xiitas. “O Bahrein é um país muito aberto, apesar de estar ligado à Arábia Saudita. Tem muita riqueza, uma cultura muito própria, duas comunidades, os sunitas e os xiitas. Os sunitas são pessoas ligadas ao Governo, polícias e tudo, são 30%, e os xiitas, cerca de 70%, que eram classe operária. Logo aí começou uma novidade para mim, eu estava na equipa da polícia, com 10 jogadores xiitas e o resto sunitas. Quer queiramos quer não, rezam a horas diferentes, em locais diferentes, e numa semana tive de me ambientar rapidamente porque estava à experiência e tive que aprender algumas palavras básicas para a minha mensagem chegar rapidamente e as coisas acabaram por correr bem. É complicado estar num país diferente, com uma cultura diferente, com jogadores com pouca empatia entre eles. No princípio não eram só os exercícios A, B ou C que interessavam, mas sim exercícios de motivação e de grupo, para que se esquecessem da cultura fora do campo e para perceberem que sozinhos não faziam nada. Foi uma aventura que me ensinou muita coisa.”
Seguiu-se nova aventura, em Omã, com uma experiência em Portugal pelo meio, no Tirsense. “Quando estava no Bahrein contactei com várias equipas de outros países, e tive dois jogadores que jogaram em Omã e eles falaram do meu nome às pessoas do clube, que me começaram a acompanhar e fiquei a saber dessa possibilidades, mas o convite só surgiu quando saí do Tirsense. Na altura foi um colega meu, o Marco Delgado, que foi para o Al Nahda de Omã, e depois ele saiu para o Hatta Club dos Emirados e acabei por ir para Omã.”
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